quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Jota apanhado na noite brasileira

Mapa Mundo

Alguem me oferece um destes?


Pa decorar aquela divisão da minha futura mansão que será respeitante a viagens...
tem medidas de 73" x 48" ptt ainda faz uma bela parede...


Gonçalo sê rico para me dares presentes assim sff
Eu, por exemplo, se tivesse agora uns 50eur a mais, seria bue romantico para voces e enviar-vos-ia um mapa da Ásia a cada um;)
sabe-se la porquê..

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Carrom

Segundo a tradição já nos tempos dos faraós jogava-se um jogo de tabuleiro com buracos. Em diferentes relatos históricos, entre outros no do filósofo grego Anarcasio, é descrito um jogo parecido com o actual Carrom. Posteriormente, este jogo teria passado, através da Etiópia e do Iemen, para a India. Ainda hoje em dia joga-se no Iemen um jogo denominado de Kairam.


Wolfgang Amadeus Mozart - ComponistaForam os portuguesas que, já no século XVII, introduziram esse jogo na Europa. O jogo de Carrom jogou-se com assiduidade nas cortes reais europeias e teve até no célebre Mozart um fervoroso adepto. Porém, o jogo caiu depois no esquecimento.


Actualmente o jogo encontra-se largamente difundido na Ásia inteira e recomeça a sua penetração na Europa.


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Monsieur Pierre

Penso que em tempos já postei qualquer coisa sobre o meu primo francês cantor...

deixo-vos o link do MySpace dele pa verem o novo album que inclui uma faixa em que o Bonga tb participa;)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Steve McCurry


http://www.stevemccurry.com/main.php

Este jovem é um distinto fotógrafo da National Geographic...Aquele da mítica foto da menina afegã!
Convido-vos a darem uma vista de olhos na galeria..Tem la umas quantas q recomendo... A "War", "Landscapes".. Esta última tem uma foto de uma estação de comboios da Índia que adoro...A própria galeria "India"...
Este jovem começou sabem onde?! na Índia!..queria ir pa la uns meses para realizar o primeiro portfolio e acaba por lá ficar 2 anos...
Entretanto já lá esteve 75 vezes... Vai lá voltar em Março para um workshop de 2 semanas..Daqueles brutais mas que ainda são carotes..

Será que um dia terei esta liberdade? Como vocês sabem, gostava de ser assim quando for grande!
Vou ver a exposição dele por aqui por Milão até ao fim deste mês;)

"Um copo de Sol"

"Um copo de Sol" na cidade que me trará tanta saudade daqui a uns meses!


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

You got it going on

Agora que o Diogo Pedro tomou a iniciativa de trazer algo de verdadeiro interesse para o blog (e com muito sucesso a meu ver), vou dar azo à parvoíce que me é inerente. Deste modo, e apesar do mau timing, aqui deixo uma música dedicada ao Simão (quem mais?).

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Política de café no presente

Os cafés onde se faz política

Publicado em 25 de Setembro de 2009 em www.ionline.pt


No fim-de-semana em que todos vamos ficar a saber se afinal é José ou Manuela, procurámos restaurantes e cafés lisboetas com política dentro. Um pouco da história de Portugal dos últimos 100 anos passou por aqui

Em vésperas das eleições legislativas, procurámos os sítios ideais para confessarmos a nossa secreta intenção de voto aos camaradas de copos. Se estas paredes falassem, segredavam-nos palavras que impulsionaram momentos históricos da vida política portuguesa. Outras paredes houve que não sobreviveram para contar e outras ainda que foram silenciadas por remodelações radicais ou ironias do destino: o Café Chave d'Ouro, onde Humberto Delgado desafiou Salazar em 1958 com a mítica frase "Obviamente demito-o", e o Café Londres, onde Otelo demoveu Melo Antunes de abandonar o MFA um mês antes do 25 de Abril, são hoje dependências bancárias. É verdade que já não se conspira como antigamente - a não ser que seja tudo muito bem combinadinho por email ou SMS - mas sempre é melhor discutir-se política de barriga cheia ou com vista para o mar.

1. Café Gelo
Ninguém diz que foi ali, naquele café para almoços com tempo contado e lanches bem aviados, que Alfredo Costa e Manuel Buiça acertaram os últimos pormenores para o regicídio de D. Carlos I, a 1 de Fevereiro de 1908. E ninguém diz que foi ali porque, na verdade, nada resta do Café Gelo inaugurado em meados do século XIX e encerrado nos anos 70. O que vemos hoje, no Rossio, é uma sequela inaugurada em 2007, depois de anos de ocupação do espaço por uma hamburgueria deprimente chamada Abracadabra. O Café Gelo reabriu com o nome antigo e decorado com fotos do que foi noutros tempos. Era também lá que, nos anos 50 e 60, se reunia o chamado Grupo do Gelo, que incluía os surrealistas Mário Cesariny e Luiz Pacheco. Porém, depois de uma entrada violenta da PIDE a 1 de Maio de 1962, foram todos proibidos de lá voltar. Consta que até os açucareiros andaram pelo ar.
Praça D. Pedro IV, 64. Todos os dias, das 7h00 às 00h00. 213 426 280

2. Farol Hotel Design
Seria demasiado chique dizer "Vou só ali conspirar ao Farol Hotel Design". É que, na altura em que militares e civis se juntavam para conspirar contra o primeiro-ministro Vasco Gonçalves, durante o PREC, esta era simplesmente a Estalagem do Farol. Situado entre a Boca do Inferno e a Marina de Cascais, é ainda hoje um recanto propício a conversas discretas desde que a conspiração não calhe em dia de casamento alheio ou na produção fotográfica de uma qualquer cara famosa da imprensa cor-de-rosa. A ebulição política do passado está documentada numa placa com os nomes dos antigos conspiradores. Mas hoje as estrelas são outras. A estalagem, originalmente uma mansão do século XIX, propriedade do conde de Cabral, é agora um hotel de luxo com quartos decorados por estilistas de renome como Ana Salazar, José António Tenente e Fátima Lopes. Quem for de passagem, goza da vista para o mar na esplanada do bar do hotel. Sempre pode descansar os olhos no horizonte e sonhar com o exílio em modo turístico
Av. Rei Humberto III de Itália, 7. 214 823 490

3. Restaurante Tavares
Se é o primeiro restaurante do país (1784) e um dos mais antigos do mundo, não será fácil inventariar tudo o que de politicamente relevante já foi debatido às mesas do Tavares. Mas dois momentos marcam para sempre a sua longa história: o jantar de Sidónio Pais antes da tomada do poder, em 1917, e o de Francisco Sá Carneiro, em 1980, na véspera da sua morte. Umas refeições caem melhor, outras pior. O restaurante mantém viva a memória dos notáveis que por lá passaram e até das cadeiras onde especificamente se costumavam sentar. No que toca a conspirações, as menos secretas foram protagonizadas no final do século XIX pelo grupo Vencidos da Vida, formado pelos clientes habituais Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Guerra Junqueiro e Oliveira Martins, entre outros.
Rua da Misericórdia, 37. Todos os dias das 12h30 às 14h30 e das 19h30 às 23h00. 213 421 112

4. Bar Procópio
É o ex-líbris da conspiração em Portugal, ponto de encontro de políticos, jornalistas e artistas desde 1972. Aqueles que passaram pela Estalagem do Farol, também terão bebido aqui um copo. Talvez tenham ocupado a estratégica mesa dois do Procópio - aquela a que se prestam hoje as mais nostálgicas homenagens. Até porque morreu este ano um dos seus protagonistas, considerado o "patriarca da mesa dois": Aventino Teixeira, membro do Grupo dos Nove, a facção mais moderada do Movimento das Forças Armadas de que também fazia parte Melo Antunes. O Procópio tem-se mantido igual a si mesmo mas a sua vida política tem-se tornado, por assim dizer, mais politicamente correcta. Todos os anos, por alturas do seu aniversário, são atribuídos os Prémios Procópio a diversas personalidades - entre os premiados estão Ana Gomes, Durão Barroso e Ferro Rodrigues. Para os anónimos, não há prémios mas há pregos. E cocktails.
Alto de S. Francisco (Jardim das Amoreiras), 21A. Segunda a sexta, das 18h00 às 3h00; sábado das 21h00 às 3h00. Encerra aos Domingos. 213 852 851

5. Versailles
Não é propriamente local para conspirações mas já esteve na berlinda por questões políticas. Enquanto vemos Jerónimo de Sousa, durante a campanha, a envolver o povo nos seus braços orgulhosamente suados, lembramo-nos de um dos argumentos que levou à expulsão de Zita Seabra do PCP: ser frequentadora desta burguesa pastelaria, onde o mindinho espetado substitui o punho cerrado. Inaugurada a 25 de Novembro de 1922 (mais de 50 anos depois, a data ganharia uma conotação apropriada a este contexto), a Versailles sobreviveu à invasão dos hambúrgueres, mantendo a sua decoração Arte Nova, e continua a convidar a um tranquilo chá das cinco como no tempo em que ainda havia tempo. Zita Seabra mudou de ala política mas o lanche da discórdia já ninguém lhe tira.
Av. República, 15A. Todos os dias das 07h30 às 22h00. 213 546 340

6. Martinho da Arcada
Reclama para si o título de "café mais antigo de Lisboa", fundado em 1782, mas está em risco de fechar as portas por causa do caos provocado pelas alterações no trânsito do Terreiro do Paço. Fernando Pessoa nunca teria sido um grande escritor se, no tempo em que ali parava, tantos autocarros se lhe atravessassem à frente das ideias. O último trunfo do Martinho da Arcada é uma reciclagem do passado de conspirações liberais e tertúlias intelectuais (foi lá que Almada Negreiros declamou o seu Manifesto Anti-Dantas) que marcou a sua história: desde o início deste mês que o histórico café alberga conversas, hoje menos secretas, encabeçadas por notáveis como Mário Soares, Eduardo Lourenço e Júlio Pomar, entre outros. Todas as quintas, qualquer um pode participar nestas novas tertúlias por 25 euros (com jantar), às 20h00. E sem precisar de olhar por cima do ombro.
Praça do Comércio, 3. De segunda a sábado, das 7h00 às 23h00. 218 879 259

Cafés Literários

À mesa do café nasceram e morreram revoluções em Portugal. Poder-se-á dizer que muito da história política do país se fez aí. No imaginário dos lisboetas menos novos, a Brasileira - sem o actual balcão -, os desaparecidos Café Chiado, Martinho e Brasileira (ambos do Rossio), Gelo, Chave d'Ouro, Portugal, Palladium, Montecarlo, Paulistaria, são lugares indissociavelmente ligados a um tempo de tertúlias artísticas e literárias. Não se ia ao café apenas para tomar apressada «bica»; ali estudava-se, ali aprendia-se com escritores, pintores, cientistas que lá estariam das tantas às tantas horas. Em alguns, como o Montecarlo, também se jogava bilhar, xadrez, gamão, damas. Engraxavam-se sapatos. E até se faziam conferências de imprensa, nenhuma tão famosa, todavia, como aquela em que Humberto Delgado, no Chave d'Ouro, em 1958, anunciou que demitiria Salazar.

Território quase exclusivamente masculino, poucas mulheres se atreviam a desafiar os costumes e a misturar-se com os grupos de homens, que, à volta da pequena mesa, reinventavam o mundo.

Não seria o Marquês de Pombal o responsável pelo aparecimento do primeiro café em Lisboa. Mas propiciaria a profusão destes estabelecimentos quando, depois do terramoto de 1755, com o plano de recuperação, abriu novas perspectivas urbanísticas e comerciais. Gérard-Georges Lemaire (in «Les Cafés Littéraires», Paris, 1977) menciona o botequim de Marcos Filipe, no Largo do Pelourinho. Fechou em 1860, depois de ter ganho reputação, no princípio do século XIX, de ponto de encontro de patriotas que conspiravam contra os invasores napoleónicos.

Entre o café e a taverna, os operários portugueses preferiam a segunda. A «gente fina» ia ao Nicola jogar bilhar. Não seria, porém, essa clientela que lhe daria fama até hoje. Mas as tertúlias de políticos e de poetas como Bocage. Quem muito lhes apreciava a presença, em particular a dos poetas, era o criado José Pedro da Silva. Emprestava-lhes dinheiro «a fundo perdido» e, no caso de Bocage, pagou-lhe mesmo o funeral.

José Pedro da Silva deixou o Nicola para se estabelecer ao lado por conta própria. Aprimorar-se-ia na decoração do botequim com cachos de uva e parras, pintados a primor. E lá começaram a chamar-lhe «das Parras», ponto de encontro de simpatizantes liberais e artistas de vários misteres.

Em 1824, quando fechou, deixava a memória de algo irrepetível: um gabinete, que o proprietário mandara construir a um canto do salão, para uso exclusivo dos poetas: chamava-se Lugar Favorito dos Sábios. Lá entrar constituía privilégio.

«Lisboa era o Chiado, e o Chiado era o Marrare, e o Marrare dava o tom (...)», escrevia Sousa Bastos, em «Lisboa Velha, Setenta Anos de Recordações». Inaugurado em 1820 e de certo modo sucessor do Botequim das Parras, o Marrare era o mais requintado dos quatro cafés que o napolitano António Marrare abrira em Lisboa. Um luxo, a decoração de madeira polida, que logo lhe valeu o sobrenome de Marrare do Polimento. Além da sala de bilhar, tinha ainda um pequeno pátio coberto por uma clarabóia envidraçada onde, no Verão, as senhoras podiam comer os melhores gelados da cidade. Polido era também o atendimento: criados de libré serviam excelente café em cafeteiras de prata. Requintes para uma clientela ávida de mudança. O Marrare tornara-se «o lugar de reunião de todos os elegantes e todos os homens de Lisboa», como escreveu Bulhão Pato. Basta lembrarmos alguns dos indefectíveis: Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Passos Manuel, José Estêvão. Fechado em 1866, o Marrare reviveria em «Os Maias» de Eça de Queirós. No século seguinte, no mesmo número da Rua Garrett, teria digno sucessor: aquele que alguns considerariam o mais belo de Lisboa: o café Chiado (1925-63).

Tantos outros cafés houve na cidade com histórias que fizeram a história cultural e política do país: um dos mais antigos, o Martinho da Arcada, que Pessoa, sentando-se sempre à mesma mesa, frequentou até morrer; o Herminius, na Almirante Reis, um café de «reformados, de desempregados e de pequenos chulos», como escreveu Cardoso Pires, foi, com o Gelo, ponto de encontro do grupo surrealista. O Vá-Vá, também conhecido pelo «ninho de lacraus», nos anos 60, reunia realizadores do cinema novo português. Na mesma altura, Ferreira de Castro frequentava a pastelaria Veneza. Almada Negreiros, a pequena Brasileira do Chiado.

José Cardoso Pires tanto ia ao minúsculo Passo - poiso de Ventura Ferreira, Fernando Namora e Palla e Carmo, onde se bebia o meio uísque mais barato de Lisboa - como ao Montecarlo, que juntava Carlos Oliveira, Abelaira, Gomes Ferreira e outros «herdeiros» do neo-realismo. Coexistiam - à distância de algumas mesas - com surrealistas e «aparentados». De Pedro Oom a Virgílio Martinho, de Luís Pacheco a Herberto Helder.

O 25 de Abril confundiria, no entanto, à sombra do PCP, parte substancial dessas capelinhas. Último grande café de tertúlias da cidade, o Montecarlo congregou os clientes dos que iam fechando: até ao seu encerramento, nos anos 90.

Excerto de http://www.trazegnies.arrakis.es/rest-lisboa.html

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010